Trabalho realizado pela aluna Fabiana Caus.
CAREGNATO,
Lucas. A Outra Face: a presença de
afro-descendentes em Caxias do Sul (1900-1950). Caxias do Sul, RS: Maneco, 2010
Formação
do Município de Caxias do Sul e o contato entre Ítalo e Afrodescendentes (p.
21-33)
A ocupação na colônia de Caxias do Sul
começou dividida em 2700 lotes, sendo que Dona Isabel Conde d’Eu com 5 mil
lotes cada. Com as terras que não haviam sido vendidas começou um preparo com a
terra, tornando-á fértil para a agricultura. Assim sua economia já em alta
atraiu outros comerciantes do Rio Grade do Sul, assim começou a grande chegada
de imigrantes pra cá.
Logo então, começaram a tentar suprir
suas necessidades construindo selarias, ferrarias, olarias, etc. Assim começou
a emancipação das colônias, e em 1890, a colônia de Caxias, passo a ser um
município autônomo. Um novo modelo e sistema econômico, com base no trabalho
assalariado branco, a classe dominante naquela época no Brasil, percebe que a
presença étnica e cultural do negro poderia trazer prejuízos esse município. A
colonização de Caxias do Sul teve significativa presença de italianos.
Um dos primeiros contatos com
afro-brasileiros foi quando um bebê negro foi deixado na porta da casa de
imigrantes, Ana Maria Pauletti Rech. Nos campos de cima da serra, de criação
de gado, havia mão negra na lida de campo. Tinham imigrantes italianos que
tinham sua economia voltada à agricultura e minifúndio e assim começou as
primeiras indústrias, voltando assim resquícios da sociedade escravocrata.
Um fator fundamental da vinda d
afrodescendentes para Caxias do Sul, foi na inauguração na estrada de ferro em
1910. Isso só ajudou ainda mais a economia da região com entradas e saídas de
produtos.
Negros
no Mercado de Trabalho (p.35)
Com
base em fotografias, que mostravam negros e brancos trabalhando lado à lado na
agricultura, industria, etc... Essa presença de afrodescendentes é mais
presente no transporte com mulas e bois.
Tropeiros
(p.35-37)
Os
protagonistas das atividades econômicas vinham de cima da serra, sendo negros e
brancos. No município de Caxias do Sul, a figura que predominava era a dos
tropeiros, que levavam os colonos, ferramentas, sementes... Tudo para as lidas
em suas pequenas propriedades.
Negros
na Agricultura (p.38-40)
Um
setor que foi marcante no município de Caxias do Sul de mão de obra negra foi
na agricultura. É possível analisar em certas fotos a presença de negros em
frente a parreiras, segurando uvas e ao lado de italianos.
Negro
na Indústria (p.41-45)
A
classe predominante nas indústrias daquela época era a dos afrodescendentes;
eles trabalhavam lado à lado com os demais funcionários, e utilizando roupas
semelhantes. Os serviços que mais precisavam de trabalho braçal nas indústrias,
quem os fazia eram os negros. Os negros tinham um salário muito menor que o dos
brancos.
Negros
no Serviço Urbano (p.46-48)
Um dos primeiros espaços de
trabalho, que se percebe a mão negra é na construção das estradas de ferro, na
sua construção contratava-se negros de outras regiões, ou eram mesmo de Caxias
do Sul ou então eram contratados dos campos de cima da serra.
Espaços
Inversos (p.49-52)
Com
o crescimento industrial, outras pessoas (inclusive afrodescendentes),
começaram a procurar emprego no município de Caxias do Sul na procura de
melhores condições de vida. Os afrodescendentes eram contratados somente para
trabalhos que exigiam maior esforço, como por exemplo, na fundição. Outro fator
que contribuiu a fixação dos afrodescendentes em Caxias do Sul foi à situação econômica, o município estava crescendo rapidamente.
Desenvolvimento
Econômico e Exclusão Étnica (p.53-58)
Depois que outras indústrias
começaram a se instalar em Caxias do Sul, os italianos começaram a sair de seus
espaços de agricultura, e foram para as indústrias. Vários fatores
contribuíram para tal crescimento, assim pessoas de outras cidades começaram a
ir para Caixias do Sul em busca de uma vida melhor.
Assim podemos dizer que as pessoas
vindas de fora preferiam na morar na zona urbana da sede, Com tal crescimento,
o poder público começou a expulsar os indivíduos pobres da zona urbana. Com o processo de urbanização crescendo os afrodescendentes também foram expulsos de
suas moradias, assim indo parar próximos da sede da antiga colonia de Caxias,
assim atraindo maus olhares das etnias predominantes do município.
Negros
e Espaços Culturais (p.59-64)
Os
espaços culturais e religiosos eram somente voltados às classes mais
favorecidas, assim sendo, que os afrodescendentes não poderiam participar. Há,
no entanto, inúmeros relatos que demostram a presença de religiões de matriz
africana na cidade.
Futebol
como Meio de Integração Social (p.65-69)
Nesta cidade, o primeiro time que
chegou foi o Esporte Clube Juventude, onde os atletas eram formados por
descendentes italianos e pessoas do centro urbano. Em 1935 foi fundado outro
time chamado Grêmio, Esportivo, Flamengo, onde neste time atribuíam-se negros.
Como o Grêmio, Esportivo, Flamengo não tinham
uma fixação própria, na década de 50 século XX, ele se fixou ao lado da Vila do cemitério, onde haviam vários negros morando por ai.
Sport Clube Gaúcho (p.70-73)
Neste time de futebol percebe-se
maior concentração de negros. O clube das Margarida também fundado em 1933 era
um time somente para as mulheres negras caxienses. O estádio do gaúcho como era
conhecido, serviu como espaço de interação, possibilitando blocos sociais e
culturais, criou-se uma área voltada somente para o carnaval que é
conhecido ate hoje como Escola de Samba
Protegidos da Princesa.