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sexta-feira, 20 de junho de 2014

Professor pesquisador - Profa Daiane Fagherazzi

                                       PREDICADOS DO PROFESSOR PESQUISADOR 
    Geralmente,  o  professor  compreende  e  aceita  as  novas  teorias  existentes,  porém  apresenta problemas  ao  transformá-las  em  prática  na  sala  de  aula.  Há  também  uma  preocupação  demasiada com aspectos  formais  da  língua-padrão  (bem  falar  e  bem  escrever).  Muitas  aulas  são  dadas  para classificar palavras, decompor períodos sem existir uma reflexão linguística sobre o assunto. Este ensino, portanto, não se fundamenta em teorias do discurso e do texto. Os estudos são centrados principalmente na sintaxe e  na  morfologia,  desconsiderando  a  semântica  e  a  pragmática.  Os  métodos  devem  favorecer a correspondência dos conteúdos com os interesses dos alunos. Estes devem reconhecer nos conteúdos o 
auxílio ao seu esforço de compreensão da realidade.
   O bom professor deve ser um pesquisador do conhecimento específico que ensina. Deve refletir sobre a sua  prática  de  orientador,  propondo  atividades de pesquisa.  O  aluno  deve  ser  avaliado  com  o objetivo  único  de  diagnosticar,  e  não  de  aprovar, nem  de  aferir,  tampouco  de  reprovar.  Deve-se identificar  o  que  está  bom  e  o  que  precisa  ser reformulado.  Assim  professores  e  alunos  têm  a oportunidade de decidir sobre novos caminhos.  
   O  conhecimento  deve  ser  visto  como  processo, ou  seja,  não  acabado,  construído individualmente pelo  sujeito.  A  busca  de  ser  um  exímio profissional é  uma  prática  que  exige  novas buscas e tentativas. Mas é um esforço justificado porque se pretende o melhor para o aluno. 
  Cabe ao professor articular as propostas didáticas de maneira produtiva, criando condições para o estudante transitar  nos  diferentes  discursos  textuais.  O  ser  humano  é  caracterizado  pela  linguagem, portanto possui  habilidades  orais  e  escritas.  Propiciando  ao  educando  estratégias  de  leitura/escrita  e valorizando  a  oralidade, o professor estará cumprindo sua missão: “tornar o aluno poliglota em sua própria língua”.                                                                           Professora    Daiane Fagherazzi 

Vidas em Português - Profa Daiane Fagherazzi

Vidas em Português
    Língua materna em vários lugares do mundo - Brasil, Portugal, Goa (Índia), Moçambique, Angola, Guiné Bissau, Macau (China) e Japão - a Língua Portuguesa é garantida com uma variedade de culturas e de realidades sociais, políticas, que influem na vida dos falantes.
    O uso da língua portuguesa em diferentes culturas é o tema do documentário Língua: Vidas em Português, primeiro longa-metragem do moçambicano radicado no Brasil, Vitor Lopes, que aborda particularmente a pluralidade cultural da língua portuguesa. Este documentário é desenvolvido a partir de uma análise feita do ponto de vista dos próprios falantes, que também representam a seu modo de ser, a sua língua e sua situação cultural, social e ideológica nos diferentes locais nos quais vivem. Entre as pessoas envolvidas, estão estudantes moçambicanos habitantes de Portugal, um cozinheiro brasileiro que vive em Tóquio, indianos que vivem em Goa, entre outros. Ilustres personalidades como os brasileiros Martinho da Vila e João Ubaldo Ribeiro, os portugueses Teresa Salgueiro e José Saramago, o escritor moçambicano Mia Couto se mesclam aos anônimos de todas as partes do mundo mostrando, mediante as ações do cotidiano, a relação que eles apresentam com a língua,
    Segundo José Saramago, há línguas portuguesas e não uma só língua portuguesa. Essas línguas são, ao mesmo tempo, iguais e diferentes. Sabemos que a linguagem dos seres humanos passou de um estado primitivo e foi se tornando um sistema bastante complexo. As línguas estão sempre em constante modificação/evolução, conforme a realidade do falante. Ela se adapta ao momento: é viva. Em se tratando da língua portuguesa, pensá-la como uma entidade homogênea não é cabível.
    Seria relevante se nesse documentário houvesse um olhar filológico de um linguista, que pudesse analisar as diferenças de sintaxe, pronúncia e léxico dos falantes. Também seria interessante se a Linguística (estudo da linguagem humana) tivesse atuado, já que ela observa e interpreta os fenômenos linguísticos e com isso depreende os princípios fundamentais que regem a organização e funcionamento das línguas, neste caso, a portuguesa. Dessa forma poderia ser desenvolvido um trabalho ressaltando as diversidades como, por exemplo, o linguajar do pastor evangélico e vendedor ambulante do Rio de Janeiro, o falar do escritor João Ubaldo, os dizeres e cantares de Martinho da Vila, as preciosas construções de Saramago.
  Como a obra apresenta riquezas linguísticas, explorar os diferentes discursos, os dialetos proporcionaria um valioso trabalho também na área da semântica (estudo do significado em todos os sentidos do termo) e da pragmática (estudo da linguagem no contexto de seu uso na comunicação). Teríamos certamente belas pesquisas a serem vistas, discutidas, apreciadas.

Professora Daiane Fagherazzi

Crônicas da Turma 811 - Profa Daiane Fagherazzi

Com o intuito de estimular a participação nas Olimpíadas de Língua Portuguesa, os alunos se envolveram, por várias semanas, na leitura e análise de crônicas. Destacamos algumas:
                                              NOBREZA
   E ali estava eu, observando, ou melhor, tendo o privilégio de apreciar aquele momento. Era um lugar comum a muitos jovens, crianças felizes...
  Uma euforia só, todos correndo atrás da bola, mesmo sem sequer, começar o jogo. Até que um gritou: “Vamos começar a peleia, gurizada!”  E assim começou o “glorioso jogo”.  Pouco irônico, pois até as goleiras eram feitas de tijolos. Mas ninguém ali estava preocupado com a luxúria, só queriam se divertir. Era uma entrega total, de corpo e alma.
  A gritaria não parava; era um pedindo a bola, outro xingando o próprio companheiro, pois era muito “fominha”. É assim que eles chamam quando o jogador não passa a bola para os outros colegas; um apelando, almejando pela falta não existente.
  Até que, do nada, uma senhora grita: “A boia já está pronta! Venham que, se demorarem, vai esfriar!” imediatamente, saíram correndo, deixando para trás a gladiadora camisa suada e a “sofrida chuteira”.
  Fiquei a observar o canto nacional deles. Daquelas faces jamais irei me esquecer. A alegria era contagiante, os olhos demonstravam que o coração pulsava de emoção e, mesmo sendo um jogo “qualquer”, percebi que não precisa de muito para contemplar essa tal felicidade. Basta apenas amar o que faz, nesse momento, no agora. Porque, no fundo, todos nós “ganhamos”! Ganhamos! Ganhamos!” a felicidade de graça. Precisa somente querer senti-la, isso sim, é a maior nobreza.      Kassiane Carvalho

Simples jogo
  E lá, naquele estádio, onde os bancos eram perfeitos, as cercas eram perfeitas, as goleiras eram perfeitas e até o gramado era perfeito, resumindo, era um estádio de primeiro mundo. De onde será que saiu tanto dinheiro para esse belíssimo estádio?
  Bom, só sei que estava ótimo. Apesar dos preços altos, eu consegui me divertir com minha família. Todos com uma vuvuzela na mão e com a bandeira do nosso timão levantada com muito orgulho.    
  E do outro lado do estádio, a torcida inimiga estava muito animada...Parecia que cada torcedor estava com um microfone e uma caixa de som ao lado. Mas isso não abalou meu eterno tricolor gaúcho. O jogo estava empatado: 1X1 nos quarenta minutos de jogo e surgiu uma oportunidade de gol. Toda torcida tricolor se levanta de suas cadeiras, passando toda alegria para os jogadores. Foi, então, que surgiu uma falta dentro da área, pronto para bater o pênalti, e a torcida vibrando ao som do apito, o jogador chuta e é “gol” no meio das pernas do “frango”do goleiro.
  E assim termina o jogo, um simples jogo, mas que transmite felicidade e emoção ao torcedor. Otávio Nunes

Fanático
  Seu Jorge, um senhor de 80 anos, fanático por futebol, gremista, já havia feito parte da formação antiga do Grêmio na sua juventude. Escutava todos os jogos do time pela rádio. Dizia que olhar os jogos pela televisão era coisa de fresco.
  Esse senhor estava muito ansioso pois Grêmio, seu amado time, iria jogar com seu rival na próxima quarta-feira. Ele até havia comprado um novo rádio, já que o antigo estava com problemas.
  Chegou o grande dia. Faltavam minutos para o começo do jogo. Jorge, com a camiseta do timão, bebendo um vinho na companhia de seu neto, esperava ansiosamente o começo do jogo. Enfim, juiz apita o início do jogo. Como o motor de um fusca em terceira marcha estava o coração de seu Jorge, batendo aceleradamente.
  Final de jogo: 1X1. Grêmio marca falta no Inter dentro de sua própria área.
  Esqueci de mencionar: Seu Jorge tinha problemas no coração ...  Alexandre

Bola de fogo
  Eram 16:30 da tarde. Tinha acabado de começar o jogo pela taça espanhola. 
    O meu time do coração olhava para a goleira com muita esperança em conquistar o troféu. O juiz apitou, e a bola começou a praticamente “dançar” pelo campo. Rolava de um lado para o outro. Faltas e impedimentos fizeram parte de muitas jogadas, os jogadores tinham o olhar em chamas para o juiz. Já os bandeirinhas tentavam justificar os erros cometidos.
  Os torcedores, com o coração na mão, esperavam por um gol que poderia, pelo menos, tirar a torcida de seus bancos quentes. Tinha também aqueles que queriam brigar com a torcida adversária, mas os homens fardados e com escudos nas mãos estavam lá para afastar as brigas.
  E, assim, o juiz apitou pela segunda vez e encerrou o primeiro tempo. As torcidas se acalmaram e os jogadores descansaram.
  Depois de quinze minutos velozes como um vento em dia de temporal, começou a partida novamente.
  O jogo ficou com o mesmo clima do primeiro tempo. A bola corria sem descanso nas pernas dos jogadores. Até que aconteceu um milagre: o goleiro estava defendendo bem até ali, mas  Xavi - o grande jogador - foi correndo com a bola para fazer o gol.  Ele lançou a bola ao amigo que estava do lado e o goleirão pegou as pernas dele. O juiz apitou: "pênalti" em cima de Xavi.
  Os torcedores do time adversário começaram a gritar, revoltados pela decisão equivocada do juiz. Os outros torcedores aclamavam o responsável pelo apito.
  Já quase, no final do jogo, o gol valia ouro e foi Messi que ficou encarregado. Todo mundo olhando para a bola como se fosse o eclipse lunar. Veio o chute. O tempo parou, de repente, e o gol do lado do goleiro Cassilas. E como eu estava perto, deu para olhar a bola pegando fogo e entrando no gol. Não sei se isso foi real, mas foi o gol que valeu o troféu.    Bryan